Conjuntivite
- CBO - Conselho Brasileiro de Oftalmologia
- 23 de mai. de 2016
- 3 min de leitura

O que você precisa saber sobre conjuntivites
A queixa mais comum nos consultórios oftalmológicos é a
irritação ocular, os olhos vermelhos. Eles acometem
pessoas de qualquer idade, e em ambos os sexos. Olho
vermelho é sinal de conjuntivite, de inflamação da
conjuntiva, a membrana transparente que recobre a parte
branca do olho (esclera). Suas causas são muito variáveis,
mas existem, basicamente, três tipos de conjuntivite:
- Bacterianas;
- Virais;
- Alérgicas.
As conjuntivites virais e as bacterianas,
em alguns aspectos, são muito semelhantes:
- Começam por um dos olhos e depois de três ou quatro
dias acometem o outro;
- Deixam os olhos vermelhos;
- Formam lacrimação em excesso.
Diferentemente das bacterianas, porém, nas conjuntivites
virais não há formação de pus, e sim de muco. O olho
amanhece grudado e durante o dia ocorre um excesso de
lágrimas. É importante ressaltar que os dois tipos são muito
contagiosos. Principalmente a viral. Como o olho vermelho
que não forma muita secreção engana, as pessoas não
tomam cuidado e a disseminação da doença ocorre em
larga escala.
O contágio ocorre por contato. A pessoa enxuga os olhos e
cumprimenta alguém ou seca o rosto numa toalha que vai
ser usada por mais gente e passa o vírus para os outros.
Por isso, é tão importante que durante a fase aguda e de
contágio os pacientes evitem apertar as mãos de outras
pessoas, utilizem papel descartável para a limpeza dos olhos
e separem talheres, toalhas e outros objetos de uso pessoal.
Lenços de pano são desaconselhados.
A conjuntivite viral está geralmente associada com um
resfriado ou garganta irritada. Bactérias como
Staphylococcus e Streptococcus muitas vezes causam
conjuntivite bacteriana. A gravidade da infecção depende
do tipo de bactéria envolvida.
Para a conjuntivite viral não há tratamento específico.
Compressas podem ajudar a aliviar o incômodo.
Ao contrário do que se acredita, água boricada não deve
ser usada: ela pode aliviar os sintomas da conjuntivite,
mas sua composição pode provocar reação alérgica
intensa. As compressas devem ser feitas com água natural
ou mineral. A água deve estar fria, porque o frio ajuda a
desinflamar, a desinchar os olhos. Além disso, seu
oftalmologista indicará colírios para reduzir o vermelho e
a inflamação. Não se deve usar colírios com antibiótico em
conjuntivites virais, porque não existem bactérias para
matar e eles podem provocar alergia.
Nas conjuntivites bacterianas, o quadro inclui a secreção
purulenta (pus) que persiste ao longo do dia. Nesse caso,
colírios à base de antibióticos podem ser indicados pelo
seu oftalmologista. Muito raramente o tratamento inclui
antibióticos por via oral.
A ardência é um sintoma comum nas conjuntivites
bacterianas e virais.
As conjuntivites alérgicas ocorrem com maior frequência
em pessoas com predisposição a desenvolver alergias.
Conjuntivite alérgica também pode ser causada pela
intolerância a substâncias como cosméticos, perfumes, ou
drogas.
Existem dois tipos de conjuntivite alérgica: sazonal e
perene. O primeiro é o mais comum, e se manifesta na
maioria das pessoas que já apresentam outras alergias.
É associado com alergias sazonais que ocorrem
geralmente durante os meses de primavera e verão.
A conjuntivite alérgica perene persiste ao longo do ano e
geralmente é desencadeada por alérgenos, como pêlo
animal, ácaros e mofo. Somente o médico oftalmologista
pode avaliar os resultados obtidos com o colírio
receitado e aconselhá-lo sobre o uso futuro. Se os
sintomas parecem piorar, ligue para seu oftalmologista
imediatamente.
Tratamento
Conjuntivite requer atenção médica. O tratamento
adequado depende da causa do problema. Seu
oftalmologista poderá prescrever, além de colírios,
outros medicamentos antiinflamatórios, anti-alérgicos
e compressas frias. Assim como o resfriado comum,
a conjuntivite viral não tem cura, porém os sintomas
podem ser aliviados. A conjuntivite viral geralmente
desaparece dentro de três semanas. Para evitar que
outras pessoas sejam infectadas, siga as seguintes
recomendações:
- Desinfete superfícies como maçanetas e balcões
com solução de água sanitária diluída
- Não nade (algumas bactérias podem se espalhar
na água)
- Evite tocar no rosto
- Lave as mãos com frequência
- Evite apertos de mãos
- Não compartilhe toalhas ou roupas
- Não reutilize lenços (prefira os de papel)
- Evite apertos de mãos
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